“Quando eu acordei viu o braço amputado pensei: a vida acabou, acabou tudo para mim, meus sonhos morreram”, conta emocionado. Jose Nelson é policial militar desde 1993, quando saiu de Arco Verde (PE), após passar em um concurso público no Tocantins.
O acidente aconteceu justamente em um momento de grande alegria para ele, logo após o nascimento do segundo filho.
“Eu estava viajando para Goiânia para ver o meu filho. Estava com meu cunhado. Já chegando na cidade percebi que ele cochilou.”
“Quando eu chamei, ele tirou o máximo que pode, mas bateu na lateral do caminhão, que arrancou a porta do lado direito onde eu estava. Eu fui arremessado e perdi muito sangue. Vi que o braço já estava praticamente apartado.”
Durante os três meses de recuperação, o sargento ouviu várias vezes que seria aposentado. “Os colegas sempre falando que automaticamente eu iria aposentar. Isso soava como uma facada. Tinha acabado meu sonho de sair com o sentimento de dever cumprido.”
“Depois levantei a cabeça, lembrei dos meus filhos e percebi que não tinha nada perdido. A vida continua. Tem muita gente com a situação pior que a minha e que não para de lutar. Sabia que ainda poderia contribuir com a sociedade”, afirmou.
O pedido de Silva soou estranho até para o médico. “Perguntei se poderia optar por trabalhar e ele até brincou: mas está faltando um braço. Aí eu respondi, estou deficiente, mas não estou inválido.”
O sargento saiu do setor operacional e atualmente trabalha no setor de transportes da 2ª Companhia Independente da Polícia Militar, em Augustinópolis, extremo norte do Tocantins.
“Foi um recomeço. As vezes a gente está nessa situação e tende a se ver como um aleijado, mas tenho atendido as expectativas dos meus comandantes. Sou grato porque me deram a chance de terminar o meu dever”, finalizou.
Inspiração
Para os comandantes, o sargento é motivo de inspiração. “Ficamos consternados quando ele sofreu o acidente e por tudo que passou. Mas ficamos ainda mais admirados por ele ter tomado a iniciativa de permanecer na corporação como um policial da ativa”, comentou o comandante da 2ª CIPM, major Denyure de Meneses Cavalcante
G1
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