Distante 32 quilômetros da capital potiguar, a terra dos verdes
canaviais guarda pelas ruas do centro uma viagem pela memória de uma
aristocracia canavieira que remonta à história da criação da cidade e do
Estado. Com casarões abandonados, prédios da época do Império e ruínas
e antigos engenhos, Ceará-Mirim é um destino para incluir no roteiro de
quem se interessa por história e cultura potiguar. E para a volta no
tempo ser ainda mais real, quem apresenta a cidade é o Barão de
Ceará-Mirim, como é conhecido o pedagogo e guia turístico Francisco
Ferreira, o “Barão”.
O percurso até lá pode ser feito por via rodoviária ou da forma mais tradicional: de trem. E é na Estação Cultural de Ceará-Mirim que o passeio começa, subindo pelas ruas do centro até chegar à Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Uma charmosa mureta com os conhecidos balaustres – pilares em formato abaulados característicos da arquitetura grega e romana – dividem a linha férrea da rua Leci Varela, uma das principais vias da cidade e onde funcionou por muitos anos a feira livre. A estrutura, em frente ao Solar Vasconcelos, é responsável pela forma como os moradores chamam a via até hoje: a “Rua Balustrada”.
No caminho, casarões do século XIX estão por toda a parte. Ao todo, são cerca de 500 que resistem desde o período colonial. “Os casarões são propriedades privadas sem qualquer política de tombamento como patrimônio histórico e cultural ou que garantam a preservação dos prédios que guardam a memória do início da história local”, conta o barão.
Todos os casarões possuem “eira e beira”, que demonstravam o alto poder aquisitivo e o “berço” das famílias nobres daquela época. O casarão da família Soares e Correia, ao lado do Mercado Público, apresenta fachada deteriorada, mas ainda preserva os chamados abacaxis em louça, trazidos da cidade do Porto, em Portugal. O casarão foi construído pelo coronel Onofre José Soares, que resolveu se mudar do engenho para o centro para ficar próximo ao Mercado Público.
No entorno da Pracinha do Mercado, o casarão vermelho do major Onofre Soares Filho e o Palácio Antunes, sede da Prefeitura. Além da arquitetura e do acervo é possível conhecer a história da escritora Madalena Antunes, que escreveu as memórias da Sinhá Moça, bem como sobre o mal que levou o pai ao suicídio da sacada do prédio.
Nas ruas, outras moradias como o Solar da família Sá, ainda preserva no subsolo o espaço da senzala. O casarão da família Barros e o ginásio Santa Águeda, que abrigou o colégio e o convento das freiras franciscanas, são algumas das atrações.
A parada no mercado municipal é obrigatória para compras de peças artesanais e apreciar a culinária regional. Entre os produtos da cana-de-açúcar, o caldo tirado na hora, no quiosque do senhor Almir de Souza, que há 50 anos trabalha no mercado divide a preferência com a rapadura e o mel de engenho. “Quem toma o caldo de cana volta a Ceará Mirim”, diz seu Almir. No quiosque 1, é possível saborear o picado, a buchada de bode, a carne guizada acompanhada por feijão verde ou cuscuz e uma boa dose de cachaça.
Júnior SantosO pedagogo e guia turístico Francisco Ferreira é o Barão de Ceará-Mirim
O percurso até lá pode ser feito por via rodoviária ou da forma mais tradicional: de trem. E é na Estação Cultural de Ceará-Mirim que o passeio começa, subindo pelas ruas do centro até chegar à Igreja de Nossa Senhora da Conceição. Uma charmosa mureta com os conhecidos balaustres – pilares em formato abaulados característicos da arquitetura grega e romana – dividem a linha férrea da rua Leci Varela, uma das principais vias da cidade e onde funcionou por muitos anos a feira livre. A estrutura, em frente ao Solar Vasconcelos, é responsável pela forma como os moradores chamam a via até hoje: a “Rua Balustrada”.
Júnior SantosPalácio
Antunes (sede da Prefeitura):A construção imponente faz parte da
memória cultural da cidade. O casarão foi construído em 1888 e pertenceu
à família Antunes. Era a casa da “Sinhá moça”, a jornalista e escritora
Madalena Antunes. O casarão foi doado ao poder público em 1975 por Rui
Pereira Júnior para ser sede da Prefeitura e anos depois tombado
patrimônio histórico do RN. É possível uma visita programada.
No caminho, casarões do século XIX estão por toda a parte. Ao todo, são cerca de 500 que resistem desde o período colonial. “Os casarões são propriedades privadas sem qualquer política de tombamento como patrimônio histórico e cultural ou que garantam a preservação dos prédios que guardam a memória do início da história local”, conta o barão.
Júnior SantosCasa
Grande do Engenho Guaporé – Casa de Veraneio do Barão de Ceará-Mirim:
De arquitetura neoclássica, a Casa Grande do Engenho Guaporé (1850), é
hoje um dos mais imponentes e também mais abandonado dos prédios da
antiga Ceará-Mirim. Está tomado por lixo, destroços e mato crescido por
todo lado. O acervo foi levado do local, a estrutura está corroída.
Todos os casarões possuem “eira e beira”, que demonstravam o alto poder aquisitivo e o “berço” das famílias nobres daquela época. O casarão da família Soares e Correia, ao lado do Mercado Público, apresenta fachada deteriorada, mas ainda preserva os chamados abacaxis em louça, trazidos da cidade do Porto, em Portugal. O casarão foi construído pelo coronel Onofre José Soares, que resolveu se mudar do engenho para o centro para ficar próximo ao Mercado Público.
Júnior SantosMercado
Público: A edificação de 1881 é dos principais pontos de visitação e
reunião das famílias cearamirinenses. Construído pelo coronel Onofre
José Soares, senhor do engenho Cruzeiro, era um entreposto para a
comercialização dos produtos derivados da cana-de-açúcar, como rapadura,
mel, açúcar, melaço e aguardente. Aos sábados, dia de feira na cidade,
há shows de artistas locais.
No entorno da Pracinha do Mercado, o casarão vermelho do major Onofre Soares Filho e o Palácio Antunes, sede da Prefeitura. Além da arquitetura e do acervo é possível conhecer a história da escritora Madalena Antunes, que escreveu as memórias da Sinhá Moça, bem como sobre o mal que levou o pai ao suicídio da sacada do prédio.
Júnior SantosSolar
Simas e Vasconcelos: A construção no estilo neoclássico, um sobrado
charmoso com grandes janelões na fachada, foi erguida pelo coronel
Laurindo Simas, importante comerciante da região, e foi dado como dote
para Pedro Vasconcelos, um dos primeiros prefeitos e Ceará-Mirim, que
casou-se com a filha do coronel. Hoje no local, funciona a escola
municipal Madalena Antunes Pereira com turmas de ensino fundamental.
Nas ruas, outras moradias como o Solar da família Sá, ainda preserva no subsolo o espaço da senzala. O casarão da família Barros e o ginásio Santa Águeda, que abrigou o colégio e o convento das freiras franciscanas, são algumas das atrações.
Júnior SantosEstação ferroviária :
Inaugurada em 1906, foi a primeira estação do País a receber um
presidente. Afonso Pena foi recebido com toda pompa, na ocasião. A
estação marcou um período áureo da economia canavieira do Estado, sendo o
principal ponto de escoamento de mercadorias e pessoas entre o pólo da
oligarquia sucroalcooleira e a capital potiguar. Hoje, a estação
cultural recebe turistas e é ponto de partida para visitas ao Centro
Histórico da cidade.
A parada no mercado municipal é obrigatória para compras de peças artesanais e apreciar a culinária regional. Entre os produtos da cana-de-açúcar, o caldo tirado na hora, no quiosque do senhor Almir de Souza, que há 50 anos trabalha no mercado divide a preferência com a rapadura e o mel de engenho. “Quem toma o caldo de cana volta a Ceará Mirim”, diz seu Almir. No quiosque 1, é possível saborear o picado, a buchada de bode, a carne guizada acompanhada por feijão verde ou cuscuz e uma boa dose de cachaça.
Júnior SantosIgreja
matriz de N. Senhora da ConceiçãoSímbolo de religiosidade e devoção à
padroeira Nossa Senhora da Conceição, a construção da Igreja matriz
levou 42 anos para ficar pronta e é uma das maiores igrejas do Estado. A
grandiosidade, aliada a um teto pintado com imagens de Nossa Senhora da
Conceição, Jesus Cristo e Santa Águeda, e um altar com imagens sacras
do século XIX, chama a atenção dos visitantes.
Júnior SantosVá
de trem: Com partidas a cada hora da estação da Ribeira, em Natal, ao
custo de R$ 0,50, a viagem leva 1h20 até Ceará-Mirim em veículos leves
sobre trilhos. Os VLTs são novos, com bancos confortáveis e sistema de
ar refrigerado e permitem apreciar a paisagem, passando pelo rio
Potengi, a Ponte Velha de Igapó, cruzar pelo município de Extremoz e
diversas comunidades.
FONTE - tribunadonorte.com.br/noticia/partiu-na-terra-do-bara-o/324926
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