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quinta-feira, 10 de março de 2016

CASA GRANDE DA FAZENDA AMPARO EM MONTEIRO / PB


TRATA-SE DE uma das casas de fazenda mais antigas e imponentes do Município de Monteiro. Quem a construiu, ninguém sabe ao certo.  Para descobrir sua história será preciso realizar demoradas pesquisas em documentos cartoriais. Por enquanto, segredo não revelado. Segundo dizem, mistérios é que trazem emoção e desafiam mentes inquietas e curiosas.
Embora se trate de fazenda secular, saí à sua procura e quase ninguém sabia instruir-me acerca de sua localização. Dificuldades e pouca informação remetem ao desconhecido e tornam a procura ainda mais instigante. Depois de muitas buscas, escondida na cabeceira de um baixio extenso, de repente, diante dos meus olhos, a casa-grande do Amaro, fortaleza perdida no meio das caatingas. Sem dúvida, mais bonita ainda do que eu imaginava!
Autorizado a visitar a casa, entrei com o mesmo respeito de quem ingressa num templo sagrado com intuito de orar. Visita silenciosa, rendi homenagem a quantos por ali passaram, deixando rastos de bravura nos caminhos boiadeiros daqueles sertões inóspitas. Verdade é que os habitantes daquele casarão sequer deixaram vestígio de suas existências, a não ser a própria construção. Paredes não falam. Se falassem... Ah, meu senhor, se elas falassem, eu teria muito mais coisas para lhe contar!...

Casa grande da Fazenda Amaro. Tratada digitalmente. Pedro Nunes Filho.

Pelos detalhes rústicos que ostenta, a obra encanta qualquer visitante de bom gosto. Linhas inteiriças, brabos e pontaletes, todos de miolo de aroeira. Caibros roliços de pereiro, ripas de freijó. Janelas e portas de madeiras nobres teimam em resistir ao tempo. Pé-direito alto, paredes dobradas. Fechaduras, ferrolhos, dobradiças, chaves e pregos, peças de arte forjadas na bigorna por mãos obreiras talentosas. Traves, taramelas e armadores de rede, em miolo de baraúna. Velhas mesas e bancos com bordas carcomidas pelo tempo. Oratório de devoção em recanto silencioso. Em tudo, a estética da simplicidade e o perfume do tempo.
Figuro que o velho casarão foi construído nos idos de 1700. Em duas etapas, creio. Primeiro, o módulo original: chalé alto, com primeiro andar, à semelhança dos velhos sobrados portugueses. Detalhe nunca visto em outras construções despertou minha atenção: recantos externos curvos, peculiaridade estética de rara beleza, fruto da criatividade de algum mestre de obra hábil e caprichoso. Quem sabe, o famoso Mestre João, construtor de igrejas monumentais! Quem sabe?...
Cor de ocre, a fachada principal é voltada para o Sul. O corpo da casa, pintado de cal. Quatro janelões sobranceiros, emoldurados com vistas brancas mostram marcas de balas das festas de guerra que há cem anos, um dia, ali aconteceram.
Dois pavimentos. No térreo, grande salão, cozinha e cômodo para estocar alimentos, na época, em abundância e da própria lavra. No primeiro andar, os aposentos, com assoalhos de madeira, hoje, em mau estado de conservação.
A segunda etapa da casa parece ter vindo tempos depois. A prole crescendo pedia mais espaços. Sem perder o senso estético, o patriarca fez uma puxada na lateral direita. Na frente, duas janelas e uma porta de entrada. Mãos-francesas ajudam a sustentar a biqueira, um pouco mais avançadas para proteger a porta de entrada contra as chuvas. Dentro, escada e passarela de madeira dão acesso aos aposentos da família, que eram muitos.
No primeiro andar, furo enviesado, saindo em cima da porta de entrada da casa. Armadilha para introduzir cano de rifle e despejar sementes de fogo em inimigos afoitos que se aventurassem a penetrar à força na intimidade do casarão.
Fora, céus infinitamente azuis, alicerces fincados em terra vermelha e pedregosa. Escada de alvenaria. Telhados escurecidos pela ação do tempo.
No mais, a Guerra de 12, que ali teve início.

Pedro Nunes Filho*

*Sócio Efetivo da SPA
pnunesfilho@yahoo.com.br

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Engenho Santo Antonio - Serraria-PB


Alpendre da Casa Grande do Engenho Santo Antonio em Serraria-PB
Fachada em Azulejos portugueses da Casa Grande, ao lado da Capela
Moita do Engenho Santo Antonio, com sua chaminé de fogo morto.
Detalhe dos Azulejos portugueses da casa grande no engenho Santo Antonio

Detalhe interno do alpendre da casa grande do engenho Santo Antonio
A região de Serraria, no Brejo paraibano, já teve muitas florestas de palmeiras, tornando-se famosa pela sua paisagem serrana e seu clima agradável. Vales verdejantes compõem uma rica paisagem, somados a presença dos antigos engenhos de cana de açúcar.
Serraria está situada no Brejo Paraibano, tendo como limites geográficos, os municípios de: Pilões, Pilõeszinhos, Areia, Borborema, Arara, Solânea e Bananeiras. Em linha reta, dista da capital do Estado, 88 quilômetros. A distância rodoviária fica em 123 quilômetros. A área do município é de 177 quilômetros quadrados. O sítio urbano onde se assenta a cidade ocupa a parte mais alta da cordilheira oriental da Borborema, numa altitude de 526 metros em relação ao nível do mar.
Os primórdios da cidade estão relacionados com a instalação de uma antiga tenda de serviços de serraria no lugar e que deu origem a um povoado. Posteriormente, a existência da vila tomou o nome de Serraria. O lugar é o mesmo onde está localizada a Igreja-Matriz do Sagrado Coração de Jesus. Antes de ser, propriamente, uma igreja, foi uma humilde capela no interior da qual existia um altar em louvor a Nossa Senhora da Boa Morte. No interior dessa capela, celebrava missas o vigário-doutor José Antônio de Maria Ibiapina. Os primeiros colonos que se estabeleceram nos terrenos do atual município de Serraria vieram, desde Mamanguape para a formação da antiga Missão de Santo Antônio da Boa Vista, no começo do Século XVIII. Antes de ocuparem as terras de Serraria, esses colonos fundaram a Vila de Pilões, a qual recebeu o benefício da implantação de fazendas de gado e engenhos para a fabricação de rapaduras. Em 1851 tornou-se habitual a retirada de madeira das matas do lugar, para a fabricação de tábuas para a fabricação de móveis e utensílios. No topo da serra instalou-se a serraria, nos terrenos que pertenciam a um desbravador de nome Manoel Birindiba.
A primeira casa do lugar pertenceu a Faustino do Rosário e foi construída em 1860. Serraria, simples povoado, cresceu e superou a Vila de Pilões da qual transformou-se em sede, através da Lei nº 80 de 13 de Outubro de 1897 num decreto assinado pelo então presidente da Província da Paraíba, Antônio Alfredo da Gama e Meio.
A população da atual cidade de Serraria considera o dia 13 de outubro a sua data histórica de emancipação política, muito embora a verdadeira datação para a existência do município seja o dia 31 de Dezembro de 1943, de acordo com a Lei Estadual nº 420.
Em três ciclos distintos que se sobrepuseram através dos tempos, foi a agricultura a principal atividade econômica de Serraria. O primeiro ciclo foi o das fazendas de café e dos engenhos de cana de açúcar. A produção dos canaviais fez desaparecer a atividade cafeeira abrindo fronteiras agrícolas para o predomínio, quase absoluto, dos engenhos que fabricavam rapaduras, açúcar mascavo, aguardentes e caxixis. O município teve 47 dessas unidades de produção, todas elas contribuindo para que a população rural fosse maior que a dos moradores da zona urbana.
Com o surgimento das grandes usinas, os engenhos foram paralisando suas moendas. Seus proprietários transformaram-se em fornecedores de cana para a grande indústria sucro-alcoleira. Com a falência da Usina Santa Maria, de Areia, que era a principal compradora da cana, aconteceu a grande crise que abalou profundamente a economia agrícola de Serraria. Engenhos tradicionais como o Paulo Afonso, o Baixa Verde, o Laranjeiras e o Santo Antonio, apagaram o fogo dos seus bueiros e passaram a usar suas terras para o plantio intensivo de bananeiras e, também, para a criação de gado.
A população de Serraria é, predominantemente Católica. A principal festa religiosa é promovida no dia 31 de dezembro, data consagrada ao Sagrado Coração de Jesus. O aniversário de emancipação política do município é comemorado em 13 de outubro.
Nos folguedos populares, Serraria é destaque pela promoção de Cavalhadas, conhecidas ali pelo nome de Corrida das Argolinhas.

FONTE- http://engenhodafotografia.blogspot.com.br/2012/10/engenhos-de-serraria.html

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Engenho Cajazeiras em Serraria/ Paraíba


Olá amigos do ENGENHOS DO BREJO PARAIBANO, trago aqui fotos do antigo Engenho Cajazeiras localizado a cerca de 4,5 Km do centro da cidade de Serraria. Atualmente o engenho está desativado (provavelmente nos anos noventa) e servindo para outros fins. A antiga Casa Grande, construção bela dos anos quarenta, foi transformada em um Centro Educacional na Zona Rural, e o antigo banguê foi demolido, construindo no local uma Casa de Farinha comunitária, resta apenas a antiga chaminé do velho engenho, registro de tempos áureos. Fiz uma visita ao local no dia 2 de outubro de 2012, uma manhã chuvosa atípica para o mês de outubro no Brejo Paraibano. Confira abaixo as fotos:














FONTE - http://engenhosdobrejo.blogspot.com.br/