Em dezembro de 1773, na vila de São José do Rio Grande do Norte, atual cidade de São José de Mipibu, o português Miguel Ribeiro Dantas, oriundo de Antas no conselho de coura, entre douro e Minho, fundou o engenho Olho d'Água fabricando inicialmente açúcar mascavo, mel de engenho, rapadura e cachaça. Em 1774 foi construída a casa grande reformada em 1861, pelo seu neto Miguel Antônio Ribeiro Dantas. Posteriormente, o engenho Olho d'Água ficou por herança para seu filho, o capitão da guarda nacional, Joaquim Ribeiro Dantas, Nascido em 1855.
Com o constante crescimento da industria açucareira, em meados do século XIX, Joaquim Silvino importou da Europa um moderno maquinário e montou, na casa de engenho, a recém adquirida moenda, impulsionada a vapor de caldeira, engenhoca movida a tração animal. O engenho triplicou a produção de açúcar mascavo e seus derivados.
Filho de Joaquim silvino, João Berckmans de Sales Dantas, nascido em 1898, com apenas 14 anos, assumiu a direção dos trabalhos do engenho e em seguida passou a adquirir, por compra, as partes pertencentes aos seus irmãos, tornando-se o único proprietário. em 1921 adquiriu e montou uma destilaria e deu inicio á fabricação e engarrafamento da cachaça Olho d'Água (primeiro nome da cachaça). Casou-se em 1922, com Arlinda de Menezes Duarte, que foi mãe de 15 filhos.
A partir das inovações, a cachaça tornou-se famosa pela pureza e boa qualidade, sendo consumida em grande quantidade pelos mipibuenses apreciadores do processo liquido e ainda comercializada para os municípios vizinhos, inclusive Natal, capital do estado e a partir da década de 50 do século passado passou a ser exportada para os outros estados, inclusive Rio de Janeiro, onde se concentra um grande núcleo de nordestinos e finalmente para o exterior, Alemanha e França.
Dotado de grande visão empresarial João Berckmans de Sales Dantas ampliou seus negócios e patrimônio. em 1965 transformou sua empresa em sociedade anônima, com a denominação de AGRO INDUSTRIAL BERCKMANS S/A, entregando o controle acionário a seus filhos.
João Berckmans faleceu em 1970 e sua esposa Arlinda Duarte Dantas, em 1986. No mesmo ano, seu filho Arlindo Duarte Dantas comprou ações pertencentes á família e passou a gerir os negócios da empresa, procurando preservar tudo o que foi idealizado e realizado pelo pai dele.
Em 1998, o atual proprietário, na busca do resgate de suas raízes, restaurou o maquinário importado da Europa, em 1882, por seu avô paterno e ainda em bom estado de conservação instalando as antigas moendas, agora impulsionadas por motores elétricos, mas, preservando o processo artesanal de produção.
Restaurou os antigos prédios que serviam de senzala, casa de purgar açúcar, destilaria e casa de fermentação, surgindo daí a idéia de compartilhar com outras pessoas toda sua história, abrindo assim as portas do engenho à visitação,tendo opção de realizar atividades variadas, encontros, aniversários, visitações turísticas e mensalmente resgatando a cultura popular, num autentico forró pé de serra denominado " FORRÓ DA OLHO D'ÁGUA", além de produzir e distribuir a tradicional cachaça Berckmans, originária do engenho Olho d'Água, desde 1921.
A família mantém a qualidade. desde a colheita da cana, a tradicional cachaça Berckmans recebe tratamento especial, limpa e fresca, a cana é moída imediatamente, com o caldo decantado e filtrado, para entrar em fermentação, sem receber aditivos químicos. Ai começa a surgir a legítima cachaça do engenho Olho d'Água. em ambiente propício, chega a uma temperatura ideal, para iniciar o processo de destilação.tudo isso, seguindo os padrões e a tradição de quem produz cachaça há quase "um século". Finalmente, sua cachaça Berckmans é envelhecida, conservando um segredo de gerações desde 1921. A cachaça Berckmans vem sendo degustada e aprovada pelos especialistas do gênero em diversas Regiões do Brasil, estando classificada, por sua qualidade, entre as melhores do país.
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